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Cabides e cruzetas

Terça-feira, 02.04.13

"Toda" a minha vida quis testar os pequenios regionalismos linguísticos que há por este país fora.
Pedir uma bica, falar em cabides, comentar como brilha o oiro ou que o semáforo ainda está encarnado, por exemplo! 
Lá para cima olham-me de lado quando digo "vermélho" e "coélho" porque segundo eles não sei falar e devia dizer "vermêlho" e "coêlho". (Não é engraçado?!)

Eis que hoje entro numa loja da baixa determinada a pedir uns cabides! Até tinha estudado a situação mentalmente e via-me já sair vitoriosa daquele meu jogo de palavras.

«Uns quê, menina? Cabides? Para pendurar a roupa? Sim, tenho ali!»

Mas não, eu não queria suportes para pendurar a roupa na parede.
E recordou-me a minha infância em que efectivamente, isso sim era um cabide.
Lá tentei explicar que era para por dentro do armário, contornando o sobrolho franzido da senhora.
«Olhe..er.. cruzetas talvez? Nunca sei como é que vocês lhes chamam.»
 
A "dona" não acho muita piada, e também não tinha cruzetas. Mas eu senti-me de férias, como no estrangeiro! :)

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por cricri às 19:58

"Desculpa, tinhas razão"

Sábado, 29.12.12

Desculpa” é mesmo uma daquelas palavras chatas de deixar sair cá para fora (se for sentida, é claro). E se vier acompanhada de um “tinhas razão”, então aí a chatice multiplica-se.

 

Quero acreditar que isto não se aplica a todos mas, infelizmente, sou um desses espécimenes a quem lhes custa juntar essas palavras na mesma frase. É por isso que aqueles que mas ouvem deveriam sentir-se duplamente satisfeitos: pela razão e pela admissão da mea culpa.

 

O pior, não creio que seja reconhecer que os outros estavam certos, mas antes segurar o  nosso orgulho e mantê-lo cá dentro, bem escondido, reconhecendo que afinal, nós, comuns mortais, também erramos… e com frequência! E que por vezes nos faz bem sair da nossa bolha dourada e ouvir – e talvez, talvez! – seguir aquilo que os outros nos têm a dizer.

 

- É por isso que lamento ter-te feito sair de casa à 1h da manhã para me salvares de apuros dos quais me tinhas prevenido, mas que eu julgava não serem possíveis cá na minha bolha dourada. Desculpa, tinhas razão. E para a próxima vou fazer um esforço, daqueles, para seguir os teus conselhos. 

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por cricri às 15:34

O autocarro

Segunda-feira, 03.03.08
Mais uma vez, de volta a Salamanca. Mais uma semana que começa, e provavelmente mais uma quinzena de dias sem voltar a casa… Tal como me preveniram ao início, agora custa sair de casa. Custa pensar que no dia seguinte já não durmo no meu quartinho, custa pensar que já não vou ter a comida da mãezinha, custa despedir-me de tudo e, sobretudo, de todos. Salamanca continua a fascinar-me como cidade, o curso também mas… algo mudou. Talvez aquela euforia inicial que sentia. Isto faz-me lembrar as teorias antropologistas que dizem que a paixão apenas dura 18 meses e os benefícios que isso nos traz – seria horrível passar “anos e anos na montanha russa do amor”. Tentando estabelecer um paralelismo, também essa euforia teve de acalmar. Nem que não acontecesse espontaneamente, os exames encarregar-se-iam de o fazer.
Ontem, mais uma vez lá passei uma horinha no “autobus” entre duas cidades espanholas, o meu trajecto habitual aos domingos.Rotina minha e da maioria dos universitários. Com o autocarro, sempre mantive uma relação de amor-ódio. Gosto de viajar e de poder apreciar com calma a paisagem, de ver todos os locais pelos quais passo, de ver todas aquelas pessoas… Mas por outro lado tenho sempre a sensação que ou as malas ficam na estação ou me esqueço delas, ou alguém as leva por engano, ou fico eu na estação (nas viagens longas quando há paragens), depois há o transtorno de ir muito tempo sentada…
Bem, mas quase sempre há histórias para contar. Domingo à noite, apenas  passo uma hora no autocarro: é ver todos os estudantes carregados de malas – tal como eu –comprar bilhetes a correr, acotovelarem-se nas filas para entrar, irem em grupos contando o que se passou durante a semana (isto pelo que eu compreendo entre as minhas conversas, o mp3 e a rápida conversação que eles levam), alguém a falar ao telemóvel e que faz pública a sua conversa para os 50 passageiros, ou eu própria carregada de sacos tentando passar pelo estreito corredor enquanto me desdobro em 1001 “perdón”.
À sexta-feira, que julgo se está a tornar o meu dia favorito da semana, vamos de regresso durante 2h30.Esperamos meia hora numa estação (onde surgem figuras insólitas como homens que surgem na casa-de-banho feminina ou procurar um balcão de venda de bilhetes que afinal se conclui não existir) e depois tomamos um autocarro que pára na fronteira. O motorista já nos conhece como as “señoritas portuguesas” e a maioria das vezes somos apenas nós, as estudantes portuguesas que chegamos ao fim do trajecto. Lá vai o autocarro de 50 lugares a ecoar as nossas conversas. Claro que enquanto está cheio há situações do mais diverso possível: entre um miúdo de 10 anos a meter a cabeça entre o meu banco e o da minha colega para nos olhar, ou um bando de 4 rapazes que desatam a rir – com fortes gargalhadas, sem se conterem durante 10minutos, sem exagero – quando começamos a falar entre todas em português, ou passageiros com um forte cheiro a álcool ou de aspecto “sinistro”, gente que se lembra de fazer sessão fotográfica e não dá descanso aos “flashes” durante o trajecto inteiro…
Há mesmo de tudo.
Contudo para mim, a melhor parte da viagem é sexta-feira quando sei que estou perto da fronteira e nesta altura se está o sol a pôr. O autocarro já só nos leva a nós e eu vou ouvindo uma música enquanto vejo o pôr-do-sol e penso: “Lar, doce lar… estou a chegar!”

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Sou invejosa!

Segunda-feira, 12.02.07
Antes de entrar no assunto principal…
Bem, ganhou o “Sim”, infelizmente.
Muito infelizmente, aliás. Acreditem que derramei as minhas lágrimas depois do resultado, mas o mundo não é feito para agradar a todos.
Para já, se fosse o Sr. Engenheiro José Sócrates (por quem eu até ontem, confesso, tinha alguma consideração) envergonhar-me-ia por estar á frente de Portugal nesta mudança. Depois estou a mesmo a imaginar-me daqui a uns anos a descontar para se fazerem abortos, sim pois claro (não me chamem forreta, é coisa que não sou de todo) e, já agora, acho que se deviam despenalizar os assassinos! Sim porque quem mata um, mata outro.
Por último gostei, bastante, ontem ver a morte ser brindada com sorrisos e palmas e uma “senhora” que certamente não deve ter filhos (eu não os tenho, mas imagino) a citar o dia de ontem como o 25 de Abril das mulheres e a brindar o resultado. Aqueles discursos causaram-me náuseas.
Hoje são águas passadas; só tenho pena de estar nesta época, que não me dá orgulho nenhum de ter presenciado a este dia no meu país. Acreditem que cada vez gosto menos de Portugal.

Bem, mudando de assunto que este já chateia.
Pois é, leram bem! Agora sou invejosa! Desta não sabiam, pois não? Invejosa: pessoa que tem inveja. Para quem não sabe, aqui fica o verbete:
 
Inveja, do Lat. invidia
s. f.,
misto de pena e de raiva;

sentimento de desgosto pela prosperidade ou alegria de outrem;

desejo de possuir aquilo que os outros possuem;

ciúme;

emulação, cobiça.
 
Eu não sabia, mas hoje fui elucidada! Ah pois fui, do género: “Para que és invejosa?!”. Querem saber porquê? Já agora…
 Bem, se alguns se lembram, tive teste de matemática a semana passada. – Fiquem a saber que não morro de amores por matemática – e durante o teste o que acontece? Uma colega minha, teve uma dúvida num exercício e chamou a professora. Bem a professora chegou lá (note-se que simpatiza bastante com a minha colega, se é que me faço entender) e disse-lhe tudo o que tinha de fazer para resolver o problema, do tipo: “Ah, mas não pode ser assim! Tens de fazer isto, depois calculas aquele valor, fazes aquela equação, e assim. Depois quando tiveres calculas não sei quê…” e por aí adiante. Num teste de matemática! Eu estava na mesa do lado a assistir à cena. Mas não pensem que ficou por ali! Claro que não, a cena repetiu-se por mais um, dois, três, tantos exercícios até a professora ficar ali a explicar uns 15minutos, sem exagero. Isto tudo depois de, e friso, a professora lhe ter mostrado o teste há duas aulas atrás, e friso, em frente à turma toda, mas só a ela deixou ver. Abriu o teste, mostrou, deixou ver a parte da frente, as folhas do meio, isto uns 15 segundos.
            Então hoje à tarde, reuni-me com uns colegas para fazer um trabalho e comentávamos o teste. Eis que eu e uma amiga contámos o que se tinha passado. E eu disse que era injusto a professora ter feito o teste “todo” e que se devia falar com ela. - Deixava de ajudar, mas também o objectivo dos testes não é ter os professores a dizerem a matéria, é uma avaliação!
 Sabem o que um colega me respondeu? “Oh, para que és invejosa? Muito bom a ‘stora ter estado lá à frente a dizer a matéria que deu para o pessoal lá de trás copiar tudo!”
E pronto, eu achei por bem calar-me e não iniciar nenhuma discussão. Contudo acho revoltante.
Vá, chamem-me lá invejosa!

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