Antes de entrar no assunto principal…
Bem, ganhou o “Sim”, infelizmente.
Muito infelizmente, aliás. Acreditem que derramei as minhas lágrimas depois do resultado, mas o mundo não é feito para agradar a todos.
Para já, se fosse o Sr. Engenheiro José Sócrates (por quem eu até ontem, confesso, tinha alguma consideração) envergonhar-me-ia por estar á frente de Portugal nesta mudança. Depois estou a mesmo a imaginar-me daqui a uns anos a descontar para se fazerem abortos, sim pois claro (não me chamem forreta, é coisa que não sou de todo) e, já agora, acho que se deviam despenalizar os assassinos! Sim porque quem mata um, mata outro.
Por último gostei, bastante, ontem ver a morte ser brindada com sorrisos e palmas e uma “senhora” que certamente não deve ter filhos (eu não os tenho, mas imagino) a citar o dia de ontem como o 25 de Abril das mulheres e a brindar o resultado. Aqueles discursos causaram-me náuseas.
Hoje são águas passadas; só tenho pena de estar nesta época, que não me dá orgulho nenhum de ter presenciado a este dia no meu país. Acreditem que cada vez gosto menos de Portugal.
Bem, mudando de assunto que este já chateia.
Pois é, leram bem! Agora sou invejosa! Desta não sabiam, pois não? Invejosa: pessoa que tem inveja. Para quem não sabe, aqui fica o verbete:
Inveja, do Lat. invidia
s. f.,
misto de pena e de raiva;
sentimento de desgosto pela prosperidade ou alegria de outrem;
desejo de possuir aquilo que os outros possuem;
ciúme;
emulação, cobiça.
Eu não sabia, mas hoje fui elucidada! Ah pois fui, do género: “Para que és invejosa?!”. Querem saber porquê? Já agora…
Bem, se alguns se lembram, tive teste de matemática a semana passada. – Fiquem a saber que não morro de amores por matemática – e durante o teste o que acontece? Uma colega minha, teve uma dúvida num exercício e chamou a professora. Bem a professora chegou lá (note-se que simpatiza bastante com a minha colega, se é que me faço entender) e disse-lhe tudo o que tinha de fazer para resolver o problema, do tipo: “Ah, mas não pode ser assim! Tens de fazer isto, depois calculas aquele valor, fazes aquela equação, e assim. Depois quando tiveres calculas não sei quê…” e por aí adiante. Num teste de matemática! Eu estava na mesa do lado a assistir à cena. Mas não pensem que ficou por ali! Claro que não, a cena repetiu-se por mais um, dois, três, tantos exercícios até a professora ficar ali a explicar uns 15minutos, sem exagero. Isto tudo depois de, e friso, a professora lhe ter mostrado o teste há duas aulas atrás, e friso, em frente à turma toda, mas só a ela deixou ver. Abriu o teste, mostrou, deixou ver a parte da frente, as folhas do meio, isto uns 15 segundos.
Então hoje à tarde, reuni-me com uns colegas para fazer um trabalho e comentávamos o teste. Eis que eu e uma amiga contámos o que se tinha passado. E eu disse que era injusto a professora ter feito o teste “todo” e que se devia falar com ela. - Deixava de ajudar, mas também o objectivo dos testes não é ter os professores a dizerem a matéria, é uma avaliação!
Sabem o que um colega me respondeu? “Oh, para que és invejosa? Muito bom a ‘stora ter estado lá à frente a dizer a matéria que deu para o pessoal lá de trás copiar tudo!”
E pronto, eu achei por bem calar-me e não iniciar nenhuma discussão. Contudo acho revoltante.
Vá, chamem-me lá invejosa!