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As Cores do Mundo

Domingo, 04.03.07
Bem, depois desta semana stressante, e à porta de outra, eis-me aqui!
E a peça de teatro lá foi! Vou contar-vos então o que aconteceu.
Curiosamente, dia 1 não acordei nervosa e consegui dormir a noite toda, muito ao contrário do que acontece na véspera de datas especiais. Acontecia mesmo muito com as visitas de estudo. Eram horas e horas para adormecer. Desta vez nada. Acordei e passei o dia todo calmíssima. Bem… pelo menos até às 21 horas.
Eu e os colegas que participávamos na peça ficámos dispensados das aulas durante a tarde para irmos ensaiar para o teatro municipal. Participaram exactamente 60 pessoas em palco. Sim, um teatro escolar, com 60 pessoas! Não era brincadeira! A peça original tinha bastantes menos personagens, mas foi alterada. A peça chama-se “As Cores do Mundo” (título original “Los colores del mundo”) e é da autoria de Cármen Ojea.
O texto promocional da peça era:
 
Texto da autoria de Cármen Ojea, aparece agora envolto numa nova cenografia onde cerca de sessenta jovens / alunos (…) reflectem sobre o lugar das diferenças e da não aceitação das mesmas num mundo onde a polaridade entre o verdadeiro e falso, correcto e incorrecto, bons e maus se acentua cada vez mais.
Assim, é no mundo da azuleidade – onde não há lugar para brancos – que tudo se desenrola com base em princípios e valores que têm tanto de irracional como de humilhante e opressivo. Por isso, e só quando os tiranos caem é que se pode voltar a viver e todos têm o seu lugar.”
 
Lá chegados e na zona do palco fomos sentados na plateia e foram-nos dadas instruções: perguntas feitas só num determinado tempo; nada de palhaçadas; nem “um pio” nos bastidores após os ensaios terem começado; nada de infantilidades a meio da representação (como por exemplo: olhar para a plateia à procura dos pais). Fomos “postos na linha”, digamos.
Estava marcado um ensaio. Pois bem, se se ensaiou o Acto I, foi muito. Isto numa peça com 5 actos! O resto do tempo foi a fazer ensaios de luzes. Ao fim da tarde, fomos para casa, sem ensaiar, com uma hora e meia livre. Depois tínhamos de voltar uma hora e meia antes do espectáculo. Sinceramente, fiquei muito chateada por se ter perdido uma tarde em que não foi feito um único ensaio, mas guardei a minha esperança para que fizéssemos um à noite.
 
Faltava uma hora quando cheguei ao teatro. Encontrei toda a gente de um lado para o outro. Indicaram-me os camarins e lá fui ter com os restantes. Eram camarins colectivos, cheios de espelhos com luzinhas à volta. Lá devíamos pintar-nos e vestirmo-nos. Vesti o fato de macaco, pus a peruca azul de caracóis e pintei a cara de azul, como tantos outros. A outra metade contrastava connosco, de branco. Depois de prontos e irreconhecíveis, dirigimo-nos ao palco. Eu sempre ciente que ia ensaiar… Alguns momentos e somos avisados: “a partir deste momento, silêncio absoluto nos bastidores, o público vai começar a entrar”. E ligaram-nos um monitor que nos mostrava tudo o que se passava dentro da sala de espectáculos.
Claro que esse momento foi a gota de água para mim: Nós íamos subir ao palco sem um ensaio geral?! Belisquei-me, e sim, doeu. Eu não sabia como e quando entrava, e precisava obrigatoriamente de ensaiar duas cenas!! Aquilo ia correr mal. Claro que a partir daí o nervosismo surgiu a toda a força. Lá andei a falar com as outras “personagens” para fazermos um mini-ensaio nos bastidores...Foi o que deu, e quando digo mini, foi mesmo mini.
E, inevitavelmente, a hora chegou.
Lá entraram os primeiros para o palco e lá fiquei eu a rever as falas com o guião na mão, nas sombras dos bastidores. A peça desenrolou-se muito mas depressa que eu esperava…Aliás, não tinha a mínima noção, visto que não ensaiámos, certo?
Chegou a minha vez…estava super nervosa! Era suposto as luzes apagarem e eu entrar na penumbra. Esperei. Esperei. Nada, as luzes não apagaram e lá tive de entrar com as luzes acesas, ficando a cena estragada, sem nexo, estúpida. Bem, à parte disso, correu bem.
Saí, ainda mais nervosa do que tinha entrado – afinal ainda entrava mais duas vezes.
Segunda cena: entro para um diálogo com um colega. Ele fala…e eu…..eu esqueci-me da fala!!! Parei um momento à espera de ouvir o ponto que estava ao meu lado. Não a vi, devido à intensidade das luzes, mas esperei…e nada!!! O ponto manteve-se calado e eu não tive a minha fala! Tive pois de inventar e passar à fala seguinte. A partir daí a cena correu bem. Claro que eu saí de lá de rastos: os nervos, o engano e fui mesmo chorar para os bastidores…
Terceira e última cena! Esta era a que eu sabia menos, aquela que tinha menos ensaiado. Ainda estava mais nervosa! Bem, não me esqueci das falas. Consistia em acordar uma rapariga: eu falava, ela respondia e acordava. Bem, disse a minha fala e disse-lhe para acordar. Nada. Este era também o nome da personagem ao que eu voltei: “Nada, ouve-me, tens de acordar!” Nada. “Nada? Acorda!” Silêncio, sem movimento. “Nada? Nada?” Bem, éramos três em palco a acordarmos a rapariga, um rapaz até já estava a murmurar-lhe a fala, o público a rir… Aí eu já estava a ver tudo perdido! Mas lá se levantou e continuámos normalmente. A cena terminou e, aliviada, saí para os bastidores.
 O resto da peça correu bem. Claro, houve mais pessoas que se esqueceram de falas e que até se viraram para trás para que lhe fosse dita…
No final, o grande momento. Demos as mãos e fomos para o palco. Não fizemos a vénia colectiva (pois nem cabíamos todos em linha no palco)  mas batemos palmas, gritámos etc. Valeu nem que fosse só por esse momento.
Depois corremos para os bastidores tirar toda aquela tinta azul enquanto cantávamos todos juntos “Ninguém pára o liceu, ninguém pára o liceu, ninguém pára o liceu ale-o”.
Ficou a saudade ao olhar uma última vez para a plateia e pensar que não deverei lá voltar…
Quando saímos tínhamos amigos e os pais à espera para nos felicitarem. Afinal ninguém notara que me esquecera das falas e disseram que estive muito bem. Ao menos isso! Eu continuo a achar que correu mal, mas pensando bem, levar uma peça a palco sem ensaio e correr como correu…até que estamos mesmo de parabéns! E depois nós colocamos sempre mais defeitos que os espectadores.
Correr bem ou não, tenho pelo menos a certeza de uma coisa: nunca me esquecerei desta IV Mostra de Teatro Escolar.
 
Boa semana a todos!

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