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Para ti, papá:

Segunda-feira, 19.03.07
            Chegou o teu dia, pai querido!
            Já o festejas há 32 anos e desde aí que podes orgulhar-te de dizer que és o melhor pai do mundo. Sabes que é verdade. Eu digo-to quantas vezes quiseres: És o melhor! És o meu herói! És aquele que me orgulho de dizer, como quando tinha 4 anos: “aquele é o meu pai!”
            Hoje não cheguei à hora de almoço com um postal em forma de coração, escrito com um poema com uma foto emoldurada feita por mim, ou com um qualquer emblema do teu clube, feito na escola. Já há alguns anos que não o faço. Em vez disso, tiveste o meu beijinho de manhã, o pequeno-almoço que te preparei e a singela prenda que te ofereci. Sei que não é nada comparado a tudo o que, diariamente, fazes por mim mas, é o meu amor de filha a maior prenda que hoje te posso oferecer.
            Temos momentos em que as coisas correm menos bem… Discutimos, já passámos semanas sem falar, dizes que já te cheguei a odiar… Mentira. Não era capaz. Fico triste, sei que também ficas, muito, mas odiar-te? Nunca. Todos têm os seus momentos menos bons, que acabam por passar e dar lugar a momentos de felicidade. Nós também.
            Sabes o quanto gosto de ti, e eu sei também que gostas muito de mim. Tenho saudades do tempo em que era a princesa do agreste. Lembras-te? Chegavas a casa, eu ia a correr dar-te uma grande, grande xi-coração e tu me chamavas a tua “princesse”. Saudades do tempo em que brincávamos, feito tontos e a mamã nos avisava sempre para parar, pois já sabia que eu ficava a chorar enquanto tu te rias, de me ver sempre a perder. Mas há coisas que alteram o rumo da vida, e como tu dizes, eu cresci e o que passou já não vai voltar. O que não impede algumas brincadeiras tontas como no verão: quando estou desprevenida no jardim e só reparo que estavas a lavar o carro quando dou por mim encharcada e aos gritos a tentar fugir à carga de água. E quando era mais nova e dançavas comigo nos bailes? E quando fazias aquelas casas enormes de Lego comigo? Quando me ensinaste a contar até 100…e eu cheguei toda contente à “maternelle” por isso. E quando me ensinavas a tabuada? Querias que a soubesse toda. Nunca me esqueci da 7 x 3 =21, lembras-te? Essa, na altura, não foi uma boa recordação! Tal como quando eu não queria comer a sopa ou a cebola cozida… Ou quando fiquei sem Internet! Mas o que importa é que os bons momentos superam, de longe, os maus e, neste dia, que é teu, mereces tudo de bom que um pai possa receber. Por milhares de zangas que possamos ter, nunca duvides de uma coisa:
Adoro-te e não poderia querer um pai melhor. I love you, dear father!
 
Mil beijinhos,
Princesa do agreste.
 
P.S.: Não ligues ao tratamento por tu, é só agora!
 
P.P.S.: A todos, um feliz Dia do Pai!

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