Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Na primeira vez que vim ao Porto, a cidade não me seduziu. Da segunda também não, nem na 3ª, 4ª ou 5ª.
Aliás, este cinza que predomina e a velhice das fachadas deprimia-me. As pessoas falavam alto de mais e a estreitez das ruas era opressora. Não achava piada ao rio Douro, o Hospital de Santo António lembrava-me um hospício e a única coisa mais engraçada que cá encontrava eram as vivendas ao longo da avenida da Boavista e um pedaçinho de mar.
Nem as francesinhas me convenceram!
Mas isto foi antes de viver numa cidade universitária, numa capital, em cidades não cinzentas mas douradas e muito bonitas, em cidades demasiado pequenas e no estrangeiro.
Foi aliás, preciso ir para fora para poder apreciar a beleza do nosso país, onde agora incluo o Porto.
Já não o acho triste e cinza mas simplesmente modesto e mal aproveitado; as pessoas não falam alto de mais, são sim bastante mais simpáticas e acolhedoras que nas grandes cidades; o Santo António revelou-se um hospital dinâmico e agradável, e até descobri um sítio com francesinhas deliciosas!
O Porto é agora para mim a prova viva de que "Quem vê caras não vê corações".
É por isso que no meio de tantas más notícias diárias me dá gosto olhar em volta, sorrir àqueles que cruzam o meu dia-a-dia e agradecer por ter nascido num sitio tão bom como neste «cantinho plantado à beira-mar».
"Toda" a minha vida quis testar os pequenios regionalismos linguísticos que há por este país fora.
Pedir uma bica, falar em cabides, comentar como brilha o oiro ou que o semáforo ainda está encarnado, por exemplo!
Lá para cima olham-me de lado quando digo "vermélho" e "coélho" porque segundo eles não sei falar e devia dizer "vermêlho" e "coêlho". (Não é engraçado?!)
Eis que hoje entro numa loja da baixa determinada a pedir uns cabides! Até tinha estudado a situação mentalmente e via-me já sair vitoriosa daquele meu jogo de palavras.
«Uns quê, menina? Cabides? Para pendurar a roupa? Sim, tenho ali!»
Mas não, eu não queria suportes para pendurar a roupa na parede.
E recordou-me a minha infância em que efectivamente, isso sim era um cabide.
Lá tentei explicar que era para por dentro do armário, contornando o sobrolho franzido da senhora.
«Olhe..er.. cruzetas talvez? Nunca sei como é que vocês lhes chamam.»
A "dona" não acho muita piada, e também não tinha cruzetas. Mas eu senti-me de férias, como no estrangeiro! :)
Obrigada!Tenho de me voltar a dedicar um pouco mai...
Encontrei o teu blog por acaso e gostei muito !Seg...
Muito obrigada! Umas felizes festas!
Feliz Natal e parabéns pelo destaque :)
RvGZjH <a href=\"http://msepxzxnvpqg.com/...