A semana passada o meu professor de português pediu que escrevêssemos um texto sobre um tema da actualidade. Sugeriu temas como a escola onde pudéssemos dar a nossa opinião sobre ela, mas, temas da actualidade têm um vasto leque de escolhas. Não sei se o meu se enquadra no tema pretendido, mas foi sobre aquilo que tive vontade de expor no momento. Aproveito-o e coloco-o aqui. Estão à vontade nas críticas e opiniões.
Por cada novo dia que passa, e por cada nova experiência nesta escola, que é a vida, fica a conhecer-se um pouco mais do como agem as pessoas, e da mentalidade da nossa sociedade actual. Cada um de nós é sujeito à sua pressão de mudança e ao acérrimo criticismo que nos bombardeia. Lentamente, essa massa à qual pertencemos, tenta alterar-nos para nos tornarmos à sua imagem. Devemos deixar-nos levar ao sabor das suas atitudes e opiniões?
Muitos dirão que sou jovem para criticar a sociedade em que vivemos, e que tenho pouca experiência de vida, mas, discriminação etária, é algo que já não me surpreende: seja ela dirigida a jovens, ou cidadãos de terceira idade. Porém, a idade não é uma barreira que nos impeça de analisar o mundo que nos rodeia, nem deve ser. Porque é que tantas vezes os jovens são impedidos de dar a sua opinião de mudar o mundo? Porque não lhes são dadas oportunidades de fazer algo melhor pelo nosso país? Porque é que nos é ensinado, pela maioria, que é importante seguir uma profissão que nos dê conforto económico, em vez de sermos motivados a inovar e a produzir?
A sociedade portuguesa é um perfeito reflexo de oportunismo e resignação. É de conhecimento geral que a maioria dos empregos são conseguidos pelas famosas “cunhas” e não pelo valor que cada um dos candidatos apresenta. Igualmente estamos habituados ao típico português que se resigna com tudo o que lhe sucede na vida e não parte à luta. A ambição de poder que os portugueses possam ter é toda ela atingida por um caminho fácil de trilhar.
Desde a época dos Descobrimentos que “estagnámos”: Tivemos homens valorosos que se lançaram à conquista, enfrentando o desconhecido mas, depois, habituámo-nos ao ouro trazido do Brasil e ao trabalho escravo. Consequentemente, a fortuna acabou e desde aí não mais se voltou a falar de prosperidade em Portugal – falo do povo em geral, não querendo referir a classe política. Parece que todos esperamos ainda a vinda de D. Sebastião para nos salvar e restaurar a antiga glória portuguesa. Sublinho: generalizo, visto não poder esquecer cidadãos que lutaram para mudar a mentalidade portuguesa, para a fazer lutar e, sobretudo, para que sonhasse. Não posso deixar de referir Fernando Pessoa que esperou que a sociedade mudasse ao lhes enviar uma “Mensagem” cheia de esperança de um novo Portugal. Como disse Pessoa, “Sou da Altura de que vejo as coisas e não da altura da minha altura".
Sonhemos nós também e lutemos para realizar os nossos objectivos, sem nunca pensar que não somos capazes. Isso deve começar por nós, futuros adultos, acreditando nas nossa capacidade de construir um mundo melhor, repleto de optimismo e de vencedores – e não será por sermos Portugueses que não o conseguiremos.