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Amor, Amor... em S.Valentim

Quarta-feira, 14.02.07
Que dia tão bonito este! Não sei se é por ser o Dia dos Namorados mas lá que eles hoje foram brindados com um lindo dia, lá isso foram! Está um sol espectacular, parece primavera, já tenho as primeiras flores no meu jardim – aquelas amarelinhas, anúncios-da-primavera, diz a minha mãe, ou junquilhos, tão bonitas!
            Hoje o romance está mesmo no ar e, com o tempo propício a isso, aposto que os parques da cidade estão cheios de casalinhos apaixonados!
            De manhã, quando cheguei à minha escola estava a decorrer um desfile de Carnaval, estavam as paredes e os tectos decorados com corações de cartolinas e passeavam-se pelos corredores alunos-corações – estão a ver os homens sanduíche? Aqueles eram alunos com um coração gigante à frente e outro atrás que distribuíam papelinhos sobre a sida. Muita gente tinha autocolantes com coraçõezinhos (eu que queria tanto um! Mas os professores foram os mais contemplados) e havia serpentinas pelo chão, paredes, etc. Parecia um autêntico dia de festa! Sem esquecer a tradicional distribuiçãod e cartas de amor – ou não.
Ontem quando reflectia sobre isso concluí que, se o Natal vem a perder protagonismo, assim como o Carnaval, o Dia dos Namorados tem ganho cada vez mais! Nos dias que lhe antecedem tudo o que é rádio, televisão, anúncios, faz referência a ele, os artigos das montras quase nem se vêem debaixo de tanto coração e papelinhos vermelhos – principalmente as tabacarias, que têm aqueles peluches todos catitas do género: “Amo-te muito!” ou diplomas de melhor namorado(a). Enfim, está a transformar-se numa corrida louca a prendas. Não me admiro se daqui a uns aninhos este dia for considerado feriado – para os casalinhos passarem o dia juntinhos, sem serem incomodados.
E até que era bom, mais um feriado!
            Há muitas teorias sobre este dia ser o de S.Valentim. Na história houve dois, se não me engano. O primeiro S.Valentim diz-se que viveu no século III (D.C., creio eu) e casava casais apaixonados que eram proibidos pelo imperador Romano (pois ele queria que os homens novos e fortes não casassem mas constituíssem o seu exército). O segundo julgo que foi um mártir.
            Mas porquê o dia 14 de Fevereiro? Vamos para a parte que eu gosto! No Império Romano, 14 de Fevereiro era o dia principal das celebrações em honra da deusa Vénus – ou Afrodite, para os Gregos – a deusa do amor. Daí a escolha da data. Vénus é também a mãe de Cupido ou Eros, em Grego (já agora, significa Amor) que é um dos principais símbolos deste dia. Diz-se que Cupido era muito irrequieto e perseguia as pessoas, que tentava atingir com as suas setas mágicas. Estas, quando eram atingidas… zás, apaixonavam-se! Era uma diversão engraçada para um deus traquinhas: era casamenteiro.
            Os mitos acerca de Eros são diferentes. Não sei se já ouviram a história de amor de Eros e Psique - Amor e Alma -. Li-a uma vez e achei-a divinal. É considerado o maior amor de sempre! O Amor e Alma juntos para sempre.
           
            Foi por acaso que coloquei o anterior questionário, mas veio mesmo a calhar um dia especial para publicar os resultados:
 
 
Bem, o resultado deixou-me um pouco triste… Reparei que durante uma altura as duas últimas opções estavam empatadas, porém acabou por ganhar a segunda. Nada que já não previsse. Deixa-me triste porque tenho a certeza que se as pessoas acreditassem em Príncipes e Princesas Encantados eles exitiriam. Eu sei que não somos personagens de uma história, a vida não é assim tão bonita, mas acho que a vida tem tanta magia quanta aquela que nós lhe dermos.
             Eu não costumo votar, mas como só faltava um voto para os cinquenta, resolvi fazê-lo. E votei na última opção. Acredito sim que há príncipes encantados, não daqueles que oferecem jóias em ouro e têm reinos enormes mas que oferecem como jóia mais valiosa o seu amor verdadeiro. Príncipes e princesas ou Almas Gémeas. Acredito sim. Todos nós temos uma, pode é custar um pouco a encontrá-la ou até nunca a conhecer, mas que a temos, isso acredito ou então a vida perderia todo o seu significado.
           
            A todos vocês que encontraram a vossa Alma Gémea, que passem um dia muito feliz ao pé dela, não é preciso eu dizer o quão afortunados são. Aos que ainda não a encontraram mas que têm a “Alma Gémea momentânea”, digamos disfrutem bem este dia dedicado à vossa relação. Aos que não fazem parte de um grupo nem de outro e que devem estar a ter um dia normal, tal como eu, desfrutem igualmente. Este dia não é só para os namorados. É um dia de louvor ao amor. Não é preciso estar junto de ninguém para o sentir. É o sentimento mais belo do mundo e, no entanto, aquele que é menos empregado. Que ao menos hoje se reflicta na sua importância e como é bom que ele exista. Amem os outros mas não se esqueçam de se amarem e de amarem a vida!
            Feliz dia de S.Valentim!  
 
         
                               Eros e Psique
 
Têm aqui a foto da mais bela escultura de Eros e Psique, de António Canova, esculpida entre 1786 e 1793. Já tive oportunidade de a ver ao vivo, no museu do Louvre e apaixonei-me por ela. Divinal!
Se estiverem interessados e não conhecerem a história, podem lê-la aqui.

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A Lenda Pessoal

Terça-feira, 15.08.06
Acabei hoje de ler “O Alquimista” o maior sucesso do escritor Paulo Coelho. O livro foi-me oferecido no fim-de-semana, mas apenas consegui terminá-lo hoje. Depois de acabar de ler fiquei completamente absorvida nas suas ideias, por isso, este post tinha que falar disso mesmo.
           
Já tinha ouvido falar em Paulo Coelho, mas nunca lera comentários aos livros, ou alguma coisa sobre eles. Ouvira também falar d’ “O Alquimista”, porém nunca tivera a oportunidade de o ler. Hoje pergunto-me “Porque é que nunca o fiz antes?”. O assunto deste post pode parecer repetido, já que escrevi algumas coisas parecidas no post “Sonhos e felicidade”, mas tinha que partilhar com vocês, leitores do meu blog, esta sensação.
Quem já leu “O Alquimista” e sentiu o que ele transmitia, compreende-me perfeitamente. Para quem ainda não leu, posso dizer que é um livro que fala da nossa Lenda Pessoal, dos nossos sonhos, da maneira como encarar a vida, de alquimia, da “descoberta de si próprio e a riqueza da alma humana”. Como está escrito no meu livro “O Alquimista recria um símbolo intemporal que nos recorda a importância de seguir os nossos sonhos e ouvir a voz do coração.”
Quem costuma visitar este espaço, nãos sei se já se apercebeu, mas sou uma criatura muito sonhadora. Desde mais nova que acredito e tento seguir os meus sonhos, porque sem eles a nossa vida não tem fundamento. Bem, não quero parecer egocêntrica, mas vou falar um pouco de mim… Sou católica praticante, (Saliente-se que estou a falar de mim e não quero atingir ninguém de outro credo até porque respeito todas as religiões além de me interessar por todas elas…) apesar de divergir em alguns pontos, nas opiniões da igreja. Penso que a religião se está a tornar um negócio e que as pessoas não a vivem correctamente. Não é só por dizer: “acredito em Deus”, ou ir à missa todos os domingos que alguém é católico. Penso que é preciso sentir Deus, sentir o mundo, que é a obra dele (atenção que sou totalmente a favor da teoria do Big Bang) e seguir o nosso coração, que raramente erra…
 O livro fala um pouco disso. Sentir os sinais, falar a Linguagem do Mundo. Eu adoro a natureza. Pode parecer um pouco lunático, mas quando era mais pequena tentava falar com o vento (que acontece também no livro), apesar de não surtir nenhum efeito. Sempre tentei estar ligada à natureza e penso que acreditar em Deus também é isso. Penso que todos acreditamos que alguma força criou a natureza, o mundo. Não sei que força é essa, mas é ela que temos que respeitar, e é com ela que devemos estar em comunhão.
            Este post acabou também um pouco por fugir ao tema, queria falar um pouco sobre o livro, mas talvez O Crítico se encarregue disso daqui a algum tempo…
            Quero só deixar aqui um excerto do livro. Fala do amor que eu acredito muito por ser uma super romântica. Desculpem o tamanho do post, e desculpem se alguém ficou magoado com alguma coisa a respeito da religião, são apenas uma simples ideias minhas...     
            Leiam o seguinte excerto e mergulhem na magia do livro:
“Então foi como se o tempo parasse, e a Alma do Mundo surgisse com toda a força diante do rapaz. Quando ele olhou os seus olhos negros, os seus lábios indecisos entre um sorriso e o silêncio, compreendeu a parte mais importante e mais sabia da Linguagem que o mundo falava, e que todas as pessoas da terra eram capazes de escutar nos seus corações. E isso era chamado Amor, uma coisa mais antiga que os homens e que o próprio deserto, e que, no entanto, ressurgia sempre com a mesma força onde quer que dois pares de olhos se cruzassem como se cruzaram aqueles dois pares de olhos diante de um poço. Os lábios finalmente resolveram dar um sorriso, e aquilo era um sinal, o sinal que eles esperou sem saber durante tanto tempo na sua vida, que tinha buscado nas ovelhas e nos livros, nos cristais e no silêncio do deserto.
            Ali estava a pura linguagem do mundo, sem explicações, porque o Universo não precisava de explicações para continuar o seu caminho no espaço sem fim. Tudo o que o rapaz entendia naquele momento era que estava diante da mulher da sua vida e, sem nenhuma necessidade de palavras, ela devia saber disso também. Tinha mais a certeza disso do que qualquer outra coisa no mundo, mesmo que seus pais, e os pais de seus pais dissessem que era preciso namorar, noivar, conhecer a pessoa e ter dinheiro antes de casar. Quem dizia isso talvez nunca tivesse conhecido a Linguagem Universal, porque quando se mergulha nela é fácil entender que existe sempre no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto ou no meio das grandes cidades. E quando estas pessoas se cruzam, e os seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perdem qualquer importância, e só existe aquele momento, e aquela certeza incrível de que todas as coisas debaixo do Sol foram escritas pela mesma Mão. A Mão que desperta o Amor, e que fez uma alma gémea para cada pessoa que trabalha, descansa, e busca tesouros debaixo do Sol. Porque sem isto não haveria qualquer sentido para os sonhos da raça humana.”              in “O Alquimista”, Paulo Coelho

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