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Hipopotomonstrosesquipedaliofobia

Domingo, 17.06.07

O último post merecia o seu título - "The End".

Mas não, ainda não é o fim deste blog.

Tudo se deve a uma razão: preparação para os exames. Esta semana foi-lhes inteiramente dedicada pois aí estão. Nem blog, nem jogos, nem msn...

 E se ainda assim o tempo foi (é) escasso, que faria se tivesse mantido a minha rotina habitual...! Só fez falta o yoga. Isso sim é fantástico para relaxar.Tentam-se umas improvisações em casa, mas a cereja do topo do bolo - yoganidra, o relaxamento final - tem de ser feita com um professor, pelo menos comigo tem de ser assim. Não pensem, como muitos, que yoga é ficar de pernas cruzadas, olhos semi-cerrados a dizer "ômmm" - isso é a parte da meditação (que gabo muito quem o consiga realmente fazer). O yoga envolve exercícios de respiração, depois de, digamos, ginástica, e por fim o yoganidra seguido de meditação. Uma coisa é certa - depois de uma sessão de estudo ou ao fim do dia é óptimo para libertar tensões.

Quem diz yoga, diz outro desporto qualquer (se bem que o primeiro é vocacionado para um equilíbrio físico e mental), mas eu cá sou mais calma. Deixando-me de divagações, como já é habitual...

 

...É amanhã!

Às 9h00 da manhã, eu e mais não-sei-quantos mil alunos estaremos numa sala, acabando de ouvir o toque de uma campainha (na minha escola é uma campainha, não sei se é regra geral) que dá início ao exame. Aquele silêncio quebrado pelo virar de uma página, um suspiro, um lápis a riscar uma folha ou um remexer no porta-lápis... Depois as rondas dos vigilantes, professores que segredam. É "stressante".

Mas não vale a pena ficar nervosa. Tem de se fazer, e arriscaria a dizer "nervos não pagam dívidas". É como quem diz, não fiquemos nervosos, que não no leva a lado nenhum - bem, levar levar, só se for a encontrar uma nota mais baixa na pauta devida a coisinhas feitas (ou não feitas) por acção desses senhores nervos, inimigos dos estudantes (aplicados).

Bem, ainda há coisas a fazer e o recado está dado... esta semana, há ainda o exame de matemática, na quinta-feira -o tal terrível que, segundo me disseram, a média ronda os 5 valores. Animador, não é?

 

A todos os que estão na minha situação e que amanhã façam exame de português - estou convosco!

E agora a todos os que se submetem a exame: BOA SORTE!!!!! (que bem precisamos!)

 

P.S.: E que torçam por nós Fernando Pessoa (e Alberto Caeiro e Ricardo Reis e Álvaro de Campos e Bernardo Soares), Luis Sttau Monteiro, Luis Vaz de Camões e José Saramago! Afinal é "com eles" que vamos estar a lidar...!

 

P.P.S.: Já que estamos numa de Língua Portuguesa e, consequentemente palavras, sabiam que há gente que tem Hipopotomonstrosesquipedaliofobia? Medo de pronunciar palavras grandes! Coitados se algum dia precisam de pronunciar o nome da sua fobia!

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A Sociedade Sonhada

Terça-feira, 15.05.07

A semana passada o meu professor de português pediu que escrevêssemos um texto sobre um tema da actualidade. Sugeriu temas como a escola onde pudéssemos dar a nossa opinião sobre ela, mas, temas da actualidade têm um vasto leque de escolhas. Não sei se o meu se enquadra no tema pretendido, mas foi sobre aquilo que tive vontade de expor no momento. Aproveito-o e coloco-o aqui. Estão à vontade nas críticas e opiniões.

 


 

Por cada novo dia que passa, e por cada nova experiência nesta escola, que é a vida, fica a conhecer-se um pouco mais do como agem as pessoas, e da mentalidade da nossa sociedade actual. Cada um de nós é sujeito à sua pressão de mudança e ao acérrimo criticismo que nos bombardeia. Lentamente, essa massa à qual pertencemos, tenta alterar-nos para nos tornarmos à sua imagem. Devemos deixar-nos levar ao sabor das suas atitudes e opiniões?
                Muitos dirão que sou jovem para criticar a sociedade em que vivemos, e que tenho pouca experiência de vida, mas, discriminação etária, é algo que já não me surpreende: seja ela dirigida a jovens, ou cidadãos de terceira idade. Porém, a idade não é uma barreira que nos impeça de analisar o mundo que nos rodeia, nem deve ser. Porque é que tantas vezes os jovens são impedidos de dar a sua opinião de mudar o mundo? Porque não lhes são dadas oportunidades de fazer algo melhor pelo nosso país? Porque é que nos é ensinado, pela maioria, que é importante seguir uma profissão que nos dê conforto económico, em vez de sermos motivados a inovar e a produzir?
                A sociedade portuguesa é um perfeito reflexo de oportunismo e resignação. É de conhecimento geral que a maioria dos empregos são conseguidos pelas famosas “cunhas” e não pelo valor que cada um dos candidatos apresenta. Igualmente estamos habituados ao típico português que se resigna com tudo o que lhe sucede na vida e não parte à luta. A ambição de poder que os portugueses possam ter é toda ela atingida por um caminho fácil de trilhar.
                Desde a época dos Descobrimentos que “estagnámos”: Tivemos homens valorosos que se lançaram à conquista, enfrentando o desconhecido mas, depois, habituámo-nos ao ouro trazido do Brasil e ao trabalho escravo. Consequentemente, a fortuna acabou e desde aí não mais se voltou a falar de prosperidade em Portugal – falo do povo em geral, não querendo referir a classe política. Parece que todos esperamos ainda a vinda de D. Sebastião para nos salvar e restaurar a antiga glória portuguesa. Sublinho: generalizo, visto não poder esquecer cidadãos que lutaram para mudar a mentalidade portuguesa, para a fazer lutar e, sobretudo, para que sonhasse. Não posso deixar de referir Fernando Pessoa que esperou que a sociedade mudasse ao lhes enviar uma “Mensagem” cheia de esperança de um novo Portugal. Como disse Pessoa, “Sou da Altura de que vejo as coisas e não da altura da minha altura".
Sonhemos nós também e lutemos para realizar os nossos objectivos, sem nunca pensar que não somos capazes. Isso deve começar por nós, futuros adultos, acreditando nas nossa capacidade de construir um mundo melhor, repleto de optimismo  e de vencedores – e não será por sermos Portugueses que não o conseguiremos.

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