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Segurança? Onde?

Terça-feira, 23.09.08

 

De volta a Salamanca.
Apesar de as férias serem óptimas, a verdade é que já tinha algumas saudades de passear por estas ruas emolduradas pelos edifícios dourados à luz do sol, estar com os colegas na faculdade, voltar ao ritmo da universidade, e do país.
Bem, “férias”, disse eu… Isso limitou-se a uns 20 dias, visto que há um mês que preparava os exames de Setembro. Mas bem, valeu a pena.
Aproveitei então a primeira tarde de 2º ano para passear até à baixa com umas colegas, e nunca pensei que num simples passeio desses assistisse alguma vez àquilo que presenciamos.
Enquanto passávamos numa rua pedonal surge um carro, (assim daqueles género de tunning, com dois rapazes lá dentro) pelo meio da rua, obrigando todos os que por ali passavam a se afastarem rapidamente. Mais alguns passos e ouvimos o forte barulho do motor, olhamos para trás e de novo vem o carro, agora em sentido contrário, e a ainda maior velocidade! Toda a gente recomeça a desviar-se, ainda com mais dificuldade. Nisto, um senhor, creio que já quase idoso, começou a gritar-lhes que aquilo não se fazia; no fundo repreendendo-os pela atitude. Bem, o condutor abranda o carro e faz marcha atrás. Nisto o senhor chega junto dele e pede-lhe para sair do carro. O sujeito acena, sai calmamente, abre a bagageira do carro, tira uma bengala, dirige-se ao senhor e começa a bater-lhe.
Ali. No meio da rua. E todos passavam, faziam que nem olhavam e continuavam, impassíveis àquele horror.
Sim, eu também lá estava e nada fiz. E até agora guardo uma sensação de impotência horrível. Mas fiquei de tal maneira chocada, à beira das lágrimas, que só me imaginava a gritar. E se gritasse seria eu a próxima a levar. Tentámos ver a matrícula mas não foi possível.
Contudo havia gente mais velha, rapazes até a passarem e nada fizeram.
Nunca havia presenciado algo assim, foi daquelas coisas que vemos em filmes e não julgamos ser possível assistir.
Depois disto não creio sentir-me segura como antes me sentia nesta cidade, sempre com bastante policiamento. A verdade é que apesar da policia existir e patrulhar, naquele momento não estava lá, e num caso mais grave o senhor podia até ter sido morto. Talvez ninguém fizesse mesmo nada.
É lamentável. Profundamente desgosto pensar que há gente dessa por aí à solta. É difícil acreditar… aqueles rapazes não irão sentir remorsos? Não imaginam como seria se tivesse sido o pai deles a ser atacado em vez do pobre homem? Não serão capazes de fazer o bem? Afinal de contas o senhor apenas os tentou repreender pelos distúrbios que estavam a causar. Assim é difícil sentirmo-nos seguros, acreditar na própria segurança e na justiça. Isto está cada vez pior. Longe vão os tempos onde podia brincar até tarde na rua só com amigos da minha idade e nada me acontecia. Longe vão os tempos em que podíamos ver as notícias na televisão sem ouvir falar em carjacking, assaltos a multibancos ou esquadras e tribunais, ou mesmo a carrinhas de valores em plena auto-estrada.

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O merecido descanso

Sábado, 16.08.08

 

Estas férias estão um pouco longe de ser o que eu idealizara há algum tempo atrás. Mas até que não me posso queixar muito, as anteriores foram piores…
Depois de quase um mês de exames, em Junho, julgo que nem eu nem os meus colegas conseguíamos acreditar quando ficámos, finalmente, de férias! Iniciámo-las com um jantar de despedida e uma noite fabulosa. E no dia seguinte, como já tanto esperava, regressei a casa. Soube-me maravilhosamente bem! Apesar de tudo, estar aqui, transmite-me um sentimento de segurança único. Afinal de contas: “lar, doce lar”.
No início de Julho fiz o que já havia combinado havia algum tempo, viajar até Madrid. Fui com duas amigas, mas apenas por 3 dias, por isso não deu para visitar tudo o que gostaria, mas bastou para ficar a gostar ainda mais daquela cidade! A minha curta visita em Setembro passado havia-me deixado uma óptima impressão daquela capital, e esta viagem reforçou-a.
Deu então para
dar uma voltinha a pé pela cidade, passear no Parque del Retiro – belíssimo, em pleno coração da cidade (aliás, acho Madrid uma capital muito saudável, limpa, com imensos espaços verdes) 
visitar o Museo del Prado (onde consegui ver o Las Meninas de Velázquez: queria vê-lo a todo o custo porque tinha lido “O Último Papa” na semana anterior, e aquele era o cenário de um dos assassinatos que acontecia no livro),
passar um dia no Parque Warner Bros (como já esperava, foi absolutamente fantástico) e por fim visitar a Bodies the Exhibition – já queria muito tê-la visitado quando estivera em Lisboa. Como não deu, resolvi ir a Madrid. Mas acabou por não se revelar assim tão entusiasmante... Aconselho a todos que possam visitá-la mas a maioria do que vi, já havia visto nas aulas de anatomia. Embora seja sempre enriquecedor, sem dúvida!
Depois dessa viagem, seguiu-se uma cirurgia: coisa pequena (extracção dos 2 dentes inferiores do siso) mas que me valeu 3 noites a dormir no hospital .. Acabou por se revelar, digamos… interessante! Pude visitar o bloco operatório por dentro, sentir os efeitos de uma anestesia geral (extremamente curiosos!!), observar o trabalho dos diferentes profissionais de saúde, e fiquei com uma companhia que me permitiu conversas bem agradáveis!
E, no início deste mês, fui à Covilhã. Por ser a terra natal da minha mãe e não ir lá havia algum tempo… Não conhecia a cidade em si, mas graças a um amigo, que se transformou momentaneamente em guia turístico pessoal, pude passear por alguns locais da “cidade neve”. Fiquei quase chocada com a inclinação das ruas (estando habituada a cidades quase plana) e ainda mais com a facilidade com que os habitantes as percorrem! Mas a cidade é linda, assim como a sua zona envolvente e as magníficas vistas. Estive no “Serra Shopping” (nunca esperei que uma cidade do interior tivesse assim um centro comercial), vi as novas piscinas que fazem ondas, e estive algum tempo no magnífico Jardim do Lago, muito agradável e com um lago cheio de peixes vermelhos, patos e alguns cisnes, que adoro.
Depois do regresso, apenas me voltei a ausentar de casa anteontem. Fui até ao Minho, a um casamento que, para mim, foi a festa do ano! Um casamento que acho difícil ser superado na organização, animação e beleza do local. Festejou-se numa quinta com um solar e em poucas festas me consegui divertir da mesma forma; ter direito a dança do ventre, animação para as crianças com palhaços tradicionais, e outros em andas ao som de Bob Sinclair, rancho folclórico, danças ciganas, sevilhanas, fado, valsa, música popular e tradicional de todas as festas, música clássica de cada vez que os garçons, impecavelmente trajados, se dirigiam em fila indiana para servir a refeição à diferentes mesas, passadeira vermelha, fogo-de-artifício junto à piscina,… uma celebração sem igual!
Entretanto pude por a minha leitura em dia. Havia imensos livros que desejava, há imenso tempo, ler.
Li “O Círculo do Medo” de Sandra Carvalho ainda em Maio
e agora em férias, “O Códex 632”de José Rodrigues dos Santos,
O Ultimo Papa” de Luís Miguel Rocha,
e por fim “A Filha da Floresta – Sevenwaters I” de Juliet Marillier.
Penso começar hoje “O Filho das Sombras – Sevenwaters II” da mesma autora.
Adorei os dois últimos livros, e aconselho vivamente!
 
Espero que também vocês guardem boas recordações destas férias! E que corram pelo melhor!
 

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Quarenta e oito dias

Segunda-feira, 12.11.07
Até me custa a acreditar. Tanto tempo sem escrever no meu blog! Tanto tempo sem deixar os meus pensamentos vaguear acompanhando o seu ritmo com os dedos num teclado. Teclado de computador: Se bem que o outro teclado que produz música não se tem ficado atrás.
Talvez muitos dos que costumavam visitar este blog terão pensado que agora que entrei para a faculdade já não iria dar continuidade ao Baú, que deixaria de escrever. .. Bem, não vou mentir dizendo que ainda tenho tempo para fazer o que antes fazia. Entre aulas, ir a pé para todo o lado, fazer a comida, lavar a louça, arrumar, estudar, fico com muito pouco tempo para fazer nada, para ler, para navegar na internet… Mas não foi esse o motivo que me fez deixar de postar. Fiquei apenas com acesso à internet restrito, ou seja, a partir da minha escola. E estar numa sala de informática a escrever um texto não é lá muito cómodo. Para mais ia sempre lá fazer coisas rápidas… Não deu para comentar os blogs todos que costumava visitar, mas não foi por isso que deixei de pensar na blogosfera e em todos vocês! Muitas vezes dava por mim a pensar: “tenho mesmo de escrever qualquer coisa”. Entretanto, e finalmente, já tenho internet em casa! Sim, demorou, e a culpa não foi minha (ainda me pergunto como foi possível ficar mais de um mês sem internet em casa) mas como não estou sozinha tenho de me limitar a encontrar consensos. Por isso, resolvi esperar pela internet para voltar ao blog.
E o que é que tenho feito nestes 48 dias?
Bem, coisas foi o que não me faltou para fazer! Este mês passou super rápido! Olhando para trás aconteceu tanta coisa..! Mas o que mais me deixa feliz é que ao longo deste mês pouco do que sentia se alterou. Continuo muito feliz com a vinda para a universidade. A parte má é o desespero de olhar para as pilhas de livros, matéria, exercícios vindos sabe-se lá de onde, perguntando sabe-se lá o quê..! Como dizem os meus professores, e bem, medicina não é o curso mais difícil, mas sim aquele que tem mais informação. E para isso implica ocupar muito do nosso tempo. Um professor de biologia fez questão de salientar, aliás, que chegará uma altura que nem tempo para irmos à casa-de-banho teremos..! Digam lá se não é animador..! (socorro!)
Mas o curso é giro, apesar de estar numa fase inicial. É só células e organelos e mais organelos, e biomoléculas e ultrassons e raios-X… Enfim,… É tudo tão aprofundado..! Mas tem mesmo de ser. A altura em que me senti mais próxima da profissão de médico foi quando aprendemos a medir a pressão arterial da forma tradicional (entenda-se com um esfigmomanómetro e estetoscópio, não com um medidor digital), quando observamos preparações ao microscópio, ou trago a bata vestida nos laboratórios de bioquímica. Este semestre já terei aulas práticas no serviço de radioterapia e medicina nuclear do hospital universitário. Aí sim, vai ser diferente!
Bem, mas nem tudo é só estudo. Muito menos quando se vem para a universidade e se ganha a liberdade “total”. Então estando num país como Espanha onde se vive de “fiestas” é uma mudança radical! Nunca tinha visto tantos cartazes a anunciar festas nocturnas como agora, nem nunca vi ser bebida tanta sangria! Sem dúvida, os espanhóis são do mais animado que há. Têm lugares para sair super originais, bem pensados, a cidade é fantástica…
Finalmente, somos 30 portugueses no 1º ano do curso de medicina. Somos um grande grupo, desde o Alentejo a Bragança, passando por Lisboa, Aveiro, Viseu, Guarda, Porto,… A predominância é o norte, sem dúvida. Somos a nova geração de emigrantes! ;)
 A recepção por parte dos espanhóis está a correr bem. Ainda não vi nenhum caso de antipatia, muito pelo contrário! Por curiosidade: numa conversa, ontem, perguntaram-me se “viva Portugal” estavam todos juntos num lugar. Depois de ponderar um pouco acabei por responder que sim, quando percebi que “viva Portugal” é o nosso grupo de portugueses. Nome que se deve, com certeza, à quantidade de vezes que quando há “fiestas” se grita “VIVA PORTUGAL!” (mesmo estando rodeados de espanhóis). Vejam que nós, os “viva Portugal” não esquecemos o nosso cantinho da Ibéria. :)
Bem, por hoje “me quedo por aqui”. Terminando só dizendo  que já me custa um pouco a escrever à mão em português…Imaginem a quantidade de coisas que tenho escrito em espanhol!
Hasta!

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18 anos e Live from Salamanca

Quarta-feira, 26.09.07
Eu nem acredito que estou a escrever para Portugal!! Que máximo!
E só estou aqui ha tres dias. (Desculpem, vou escrever o texto sem acentos ortograficos, pois estou num teclado de Mac e nao estou bem habituada...isto aliado a pressa so iria complicar)
Ca estou eu, entregue a mim mesma em Salamanca.
Esta semana foi uma mudança radical na minha vida. Ontem, foi o dia fulcral. Tal como a 25 de Setembro de 1995 fiz 6 anos e comeñçei a escola primaria, ontem, 25 de Setembro de 2007, fiz 18 anos e começei as aulas na universidade.
Ja sou maior de idade, ja sou responsavel por mim mesma...! Custa a acreditar!
Bem, mas esta tudo a correr bem.
As auals começaram ontem, pois segunda foi apresnetaçao aos primeiros anos.
No primeiro ano de medicina somos 60 portugueses (de 166 alunos), imaginem a quantidade...Nao da para me sentir sozinha! A nossa lingua ouve-se frequentemente. Alem disso estou a viver com duas colegas ja conhecidas. Moro a 10 minutos da universidade, o que facilita imenso.
Ainda nao passeei por Salamanca, pois os dias tem servido para organizar tudo por aqui.
Ja tive disciplinas como Biologia Medica, Fisica Medica, Bioquimica (o terror dos portugueses, diz que apos 4 erros ortograficos deixa de ler o exame!! Pergunto-me se isso sera legal), Embriologia e falta Bases de qualquer coisa que tem a ver com a formaçao de terminos cientificos, nomes de doenças, etc. A primeira impressao que tive das aulas é que é tudo super interessante e que é mesmo isto que quero. Por momentos sentia-me realizada. Foi tao estranho. Mas optimo! Os professores parecem simpaticos, quebram a monotonia com piadas e as aulas sao num auditorio. As aulas sao dadas com recurso a apresentaçaoes feitas a computador naqueles paineis brancos, grandes. Bem, tudo diferente.
Ah, e os professores surpreenderam-me! Todos eles fazem investigaçao, alguns sao conhecidos mundialmente (os de biologia) e têm livros editados ate na américa!
 E nao ha intervalos, so momentos de troica de professores em que podemos sair um pouco... E o horario é sempre das 10h as 13h. Mais nada! Bem, quinta começo as 9h. Acho que só o horario é espectaular!
Bem, por enquanto ainda nao tenho internet, espero ja ter para a semana. Ja ando a tratar disso. Vou tantando passar por estas salas, mas no fim-de-semana estarei em casa.
Bem, espero que esteja tudo bem com vocês... Mal possa, prometo passar de novo!
Beijinhos salmantinos a todos! ;)

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